sexta-feira, 3 de abril de 2009

Quando a semana é de azar

Esta foi uma semana para esquecer, daquelas em que parece que tudo corre tão mal que o melhor é não sair da cama, porque se o fizermos o mais certo é escorregarmos no tapete e partirmos alguma coisa.
Há cerca de 2 meses que ando em guerra com a Segurança Social. Para começar, para receber os honorários de uma animação que fiz com uns amigos no Natal para a Câmara das Caldas, tive que permitir que vasculhassem toda a minha vida contributiva a ver se devo alguma coisa. Foi aqui que tudo começou; perdi a senha de acesso à segurança social directa. Única hipótese, pedir a segunda via. Assim fiz, mas umas semanas depois ainda nada à vista, e eis que uma amiga me diz "o melhor é pedires novamente porque tanto tempo não é normal". Assim fiz. Mais umas 3 semanas e nada. E a tesouraria da Câmara com o cheque à minha espera. Peguei no telefone e liguei para o número verde da segurança social. Qual o meu espanto quando me dizem que a rua que lá estava era outra, uma onde nem sequer nunca passei, nem faço ideia onsde se encontre. Indicaçôes: ir a um centro da SS pessoalmente para fazer a alteração. Aqui, confesso, a minha actual indignação começou a borbulhar de uma forma mais claustrofóbica, pois já não basta a incompetência do serviço, como ainda tenho que gastar o meu tempo e os meus recursos para o resolver.
No dia em que recebo esta informação ( na terça-feira desta semana), ao fim da tarde recebo um telefonema do meu marido a dizer "estou com um pequeno grande problema: atropelei um puto". Nesse instante oiço uma carro patrulha atravessar a minha rua a zarpar e com as sirenes a ecoarem pelos poros de todas as janelas desta movimentada rua. Escusado será dizer que, num ápice, uma novela mexicana se fez na minha ideia e vi a policia chegar ao local do crime e a levar o meu marido algemado para a esquadra para prestar declarações, enquanto o puto jazia ensanguentado no chão, a ser assistido freneticamente por uma equipa do Inem. Ficar em casa a aguardar noticias era impossível, por isso, peguei em mim e fui rua acima ao encontro de uma cena do CSI, com policia e ambulâncias ao barulho e um banho de gente a querer saber em que mar está o sangue. Meti pernas ao caminho e quando cheguei ao local do crime havia somente um carro patrulha parado e o meu marido que verificava, junto com o pai da criança, os estragos da viatura. Pára-brisas todo estilhaçado e um farolim partido. "e o menino? foi para o hospital, mas à partida, são só umas nódoas negras". Assim foi. Felizmente. Mas aqui começou mais uma das sagas da semana.

No dia seguinte tive uma reunião de trabalho em Oeiras, de manhã e, quando voltei a Lisboa, aproveitei o tempo que ainda tinha e fui a um centro da Segurança Social perto do Saldanha, para alterar a morada. Inocente e ingénua! quando lá cheguei achei logo estranho não haver uma opção que dissesse INFORMAÇÕES. Tirei uma outra qualquer senha, mas o meu piercing de orelha dizia-me que estava ali a gastar tempo ao engano. Fui ao segurança expôr a minha necessidade, ao que ele me respondeu " ah, isso não é aqui! " como se fosse um assunto de grande dificuldade. "Isso só no Areeiro". Ora, o centro do Areeiro é só o mais problemático e concorrido de todo o Portugal , e porquê? Porque é lá que se concentram as toneladas de papelada burocrática que se envia só para resolver onde se há-de pregar um botão na camisa. E eu olhei para mim e disse-me "Areeiro? Fritem-se, nem pensar!". Peguei em mim e fui almoçar uma salada deslavada à Casa das Sandes do Saldanha Residence. Àquela hora já quase não havia ninguém.´Aproximei-me do balcão e o individuo de nacionalidade estrangeira que lá trabalha perguntou o que queria comer ao que respondi a bela da salada. Postos os trâmites iniciais, ele informou-se o valor a pagar e eu saquei de uma nota de €20 da carteira e coloquei-a em cima do balcão para pagar. Entretanto lembrei-me que tinha algures na carteira um dos cartões de acumulação de pontos e que podia carimbar para, talvez um dia, conseguir uma refeição grátis. Penso que foi no desgaste desta grande tarefa que alguém, muito oportunamente se apoderou da minha nota que se encontrava em cima do balcão. O empregado voltou a pedir-me o dinheiro e eu, petrificada e confusa, pensei "estás a gozar ou estou bêbeda?". Meia hora ,mais tarde, depois de confirmada a caixa e de eu ameaçar chamar a policia, chegou-se à conclusão que tinha sido furtada. Pedi para ver as imagens, ligaram para a direcção, enfim, mais um episódio com argumento de muito mau gosto. Fui falar so segurança que me disse que o melhor era ir a uma esquadra da policia apresentar queixa que depois eles enviavam uma notificação para congelarem as imagens e as facultarem. E eu, tão podre de ingénua, a acreditar que estava lá tudo gravado, naquela camarazinha ewcondida por cima da caixa, estava lá tudo, ia ver-se quem tinha sido, nem era pelos 20e mas sim pelo aspecto moral. E lá fui, calcorreei as ruas circundantes à procura de uma esquedra, perguntando a quem passava se sabiam onde havia uma. E quando finalmente avisto uma casa antiga onde um guarda estava a falar ao telefone, atravesso a estrada e entro por ali adentro. Todo o meu altruísmo depressa se esvaiu quando ele me disse " devia ter chamado o 112, gora de nada lhe serve, já saiu do local do crime. De qualquer maneira, só com uma ordem dfo tribunal é que se podem visualizar as imagens e por 20€, o mais certo é o ministério público arquivar o processo". Homessa, será que ouvi bem? Senti que se despejava pelo meu corpo abaixo toda a energia do meu corpo, de tal modo que até fiquei de vista turvada. Voltei para trás, de esperanças desfeitas e cada vez mais descrente na justiça e nas pessoas boas.

Hoje, repostas as energias, a seguir ao almoço dirigi-me ao centro da SS de Loures, que fica a uns 10 KM da minha residência. Logo para começar a máquina de distribuição de senhas estava avariada e tínhamos que tirar uma senha ao modo antigo, tudo ao molho e fé no sistema. Quarenta números depois, salpicado por choro de criança e um segurança roufenho, chegou a minha vez de expôr a minha situação. Entreguei o meu cartão e comuniquei qual o meu problema, na inocente esperança que ela, sensatamente, me fizesse a alteração do erro. Cinco tentativas depois para tentar introduzir o meu número de beneficiário no computador, ela olhou para o monitor e perguntou-me " qual é a sua morada?" a qual eu pronunciei com todas as letras bem soletradas. A resposta que obtive foi deveras reveladora " o nome da rua não está correcto". A sério? Então e o que é que eu vim cá fazer? Olha que novidade. Passa-me um impresso para a mão, "tem que trazer este impresso preenchido, mais fotocópia do BI e comprovativo de morada". Ora muito bem, hora e meia à espera para, no fim, me entregarem uma alforreca de um papel mal impresso, fora o resto da burocracia que me foi solicitada. Fiquei tão mal disposta que senti que se não saisse dali naquele momento iria fazer uma das tristes figuras que é possível assistir nas novelas luso-venezuelanas em que há sempre alguém que faz um escarcéu algures. Ainda lhe respondi que já me começava a parecer trabalho a mais para corrigir um erro dos serviços, ao que ela fez uma cara de quem comeu um acepipe estragado e não me deu resposta. Mostrei-lhe a costura de trás das calças e vim-me embora com vontade de fuzilar alguém. Afinal, para que servem os bilhetes de identidade? Não é para serem apresentados a alguém que confirme a nossa identidade ao confrontar-nos com a fotografia? E para que queremos nós as cartas de condução onde está escarrapachada a nossa morada? E para que querem aquelas alminhas computadores se não estão ligados em rede e os funcionários não podem fazer uma alteração tão simples como corrigir uma morada?!

Enfim, meti-me na viatura e fui à decathlon comprar uns equipamentos para as minhas aulas de Hidro. Novamente uma irritação pelo facto de os equipamentos femininos serem sempre mais caros que os outros, nunca percebi porquê. Lá escolhi umas calças de treino e dirigi-me à caixa para pagar. Eis quando está quase a chegar a minha vez, pego na carteira para tirar o cartão Multibanco e, surpresa das surpresas, não estava no sitio dele. Pânico. Onde está o meu cartão? O que foi que eu fiz desta vez? Em milésimos de segundo percorri os meus passos nos últimos dias até ao sitio onde o tinha usado pela última vez e percebi que o tinha deixado na caixa ATM quando depositei um cheque, há um dia atrás. Entretanto tinha chegado a minha vez de pagar. Lá estava a moça da caixa a olhar para mim com cara de quem está a pensar "mais uma chanfrada" ao qual eu respondi com um sorriso tosco " peço desculpa, não tenho comigo o meu cartão" Voltei envergonhada ao corredor onde se encontravam as calças e larguei-as de modo a ninguém perceber. Voltei para casa, preenchi o impresso da segurança social, escrevi uma carta de reclamação e pesquisei na internet sites onde o cidadão se possa queixar, ou simplesmente, despejar a sua fúria enjaulada contra esta sociedade burocrática e injusta, onde quem se lixa é sempre o mesmo.

sábado, 28 de março de 2009

O Estado da nossa Cultura

Cheguei há uns dias de uma pequena passagem por Paris. Em 7 dias eu e o meu marido calcorreámos a cidade quase de lés a lés. O bom de se sair do nosso país é perceber as diferenças que existem a todos os níveis, os pontos positivos e os negativos. A verdade é que não podemos tentar igualar um país como o nosso com uma grande potência mundial como é Paris, mas existem alguns pontos que gostava de realçar. Acima de tudo fiquei esmagada com a capacidade que as instituições culturais têm de se manterem, o esquema bem montado que se vive nestes grandes centros artísticos. Na nossa visita ao Louvre deu para perceber o que é realmente a realidade museológica onde todas as funções e cargos típicos dos museus funcionam em pleno. Lá há trabalho de sobra para conservadores/restauradores, para curadores, guardas de museu, etc, etc. Claro que falamos do Louvre, mas a verdade é que em Paris, em todo o lado se dá de caras com ofertas culturais, pelo menos 50% dos outdoors são de promoção a museus, concertos, exposições, etc. Uma pequena parte é a empresas. No Metro há publicidade por todo o lado, muitas vezes sabemos dos eventos exactamente durante as viagens subterrâneas. Aliás, tudo começa quando se chega ao aeroporto, em contraste com o que se passa quando se chega a Portugal, cuja única publicidade que pudemos constatar foi às novas torres do Colombo... enfim, sem palavras!
No entanto, há um lado nos franceses que não gostámos nada, a sua falta de respeito pelos peões, por exemplo. Em 7 dias de passeio por Paris apenas uma vez alguém se dignou parar para nos dar passagem numa passadeira para peões sem semáforo. Uma vergonha. Outra situação que achámos fraudulenta foi a da VELIB-aluguer de bicicletas. O sistema está bem montado e é bem interessante. No entanto, para quem não conhece bem Paris é bastante perigoso. Isto porque, acima de tudo, os condutores em geral não respeitam os ciclistas nem as vias próprias. Como em Paris quase não há espaço para estacionamento nas ruas, os condutores acabam por estacionar à má fila nas vias para ciclistas, fazendo com que estes sejam obrigados a se deslocarem para a estrada. E com o trânsito caótico que se vive em Paris, conduzir uma bicicleta pode ser um autêntico suicídio!
Mas vá, é uma cidade linda e fantástica.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Do melhor…só pra recordar o Esteves Cardoso.

Um dos grandes problemas da nossa sociedade é o trauma da morada. Por exemplo. Há uns anos, um grande amigo meu, que morava em Sete Rios, comprou um andar em Carnaxide. Fica pertíssimo de Lisboa, é agradável, tem árvores e cafés. Só tinha um problema. Era em Carnaxide. Nunca mais ninguém o viu.

Para quem vive em Lisboa, tinha emigrado para a Mauritânia! Acontece o mesmo com todos os sítios acabados em -ide, como Carnide e Moscavide. Rimam com Tide e com Pide e as pessoas não lhes ligam pevide. Um palácio com sessenta quartos em Carnide é sempre mais traumático do que umas águas-furtadas em Cascais. É a injustiça do endereço. Está-se numa festa e as pessoas perguntam, por boa educação ou por curiosidade, onde é que vivemos. O tamanho e a arquitectura da casa não interessam. Mas morre imediatamente quem disser que mora em Massamá, Brandoa, Cumeada, Agualva-Cacém, Abuxarda, Alformelos, Murtosa, Angeja… ou em qualquer outro sítio que soe à toponímia de Angola. Para não falar na Cova da Piedade, na Coina, no Fogueteiro e na Cruz de Pau. (...) Ao ler os nomes de alguns sítios – Penedo, Magoito, Porrais, Venda das Raparigas, compreende-se porque é que Portugal não está preparado para entrar na CEE.

De facto, com sítios chamados Finca Joelhos (concelho de Avis) e Deixa o Resto (Santiago do Cacém), como é que a Europa nos vai querer integrar?
Compreende-se logo que o trauma de viver na Damaia ou na Reboleira não é nada comparado com certos nomes portugueses. Imagine-se o impacte de dizer "Eu sou da Margalha" (Gavião) no meio de um jantar. Veja-se a cena num chá dançante em que um rapaz pergunta delicadamente "E a menina de onde é?", e a menina diz: "Eu sou da Fonte da Rata" (Espinho).
E suponhamos que, para aliviar, o senhor prossiga, perguntando "E onde mora, presentemente?", só para ouvir dizer que a senhora habita na Herdade da Chouriça (Estremoz).

É terrível. O que não será o choque psicológico da criança que acorda, logo depois do parto, para verificar que acaba de nascer na localidade de Vergão Fundeiro? Vergão Fundeiro, que fica no concelho de Proença-a-Nova, parece o nome de uma versão transmontana do Garganta Funda. Aliás, que se pode dizer de um país que conta não com uma Vergadela (em Braga), mas com duas, contando com a Vergadela de Santo Tirso? Será ou não exagerado relatar a existência, no concelho de Arouca, de uma Vergadelas? É evidente, na nossa cultura, que existe o trauma da "terra". Ninguém é do Porto ou de Lisboa.

Toda a gente é de outra terra qualquer. Geralmente, como veremos, a nossa terra tem um nome profundamente embaraçante, daqueles que fazem apetecer mentir. Qualquer bilhete de identidade fica comprometido pela indicação de naturalidade que reze Fonte do Bebe e Vai-te (Oliveira do bairro). É absolutamente impossível explicar este acidente da natureza a amigos estrangeiros ("I am from the Fountain of Drink and GoAway...").

Apresente-se no aeroporto com o cartão de desembarque a denunciá-lo como sendo originário de Filha Boa. Verá que não é bem atendido.(...) Não há limites. Há até um lugar chamado Cabrão, no concelho de Ponte de Lima.
Urge proceder à renomeação de todos estes apeadeiros. Há que dar-lhes nomes
civilizados e europeus, ou então parecidos com os nomes dos restaurantes giraços, tipo Não Sei, A Mousse é Caseira, ou Vai Mais um Rissól.(...)
Também deve ser difícil arranjar outro país onde se possa fazer um percurso
que vá da Fome Aguda à Carne Assada (Sintra) passando pelo Corte Pão e Água
(Mértola), sem passar por Poriço (Vila Verde), e acabando a comprar rebuçados em Bombom do "Bogadouro"¹, (Amarante), depois de ter parado para fazer um chi-chi em Alçaperna (Lousã).


¹ - Bogadouro é o Mogadouro quando se está constipado!!!

(Miguel Esteves Cardoso)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Reciclagem

Tenho cá em casa alguns monos velhos que não sei que lhes hei-de fazer, principalmente impressoras. Lembrei-me do anúncio que dá na Tv sobre a Amb3e e fui espreitar o site, talvez esta fosse uma hipótese de me ver livre deste fado. O giro é que eles anunciam que os há em quase todas as superfícies comerciais do país, mas isso é treta, há alguns na área de Lisboa e...e. depois pus-me a pensar: tenho que sair de casa, carregar as impressoras, meter-me no carro e andar uns bons kilómetros, menos de 20 nunca serão, para encontrar um ponto de recepção de equipamentos usados, chego, coloco e, no fim, o que é que eu ganho com isso? Quando posso, simplesmente, colocá-los no ecoponto à porta da minha casa onde alguém se dará ao trabalho de recolher e fazer chegar aos lugares próprios? Afinal, não é para isso que pagamos todos os meses a taxa do lixo? Para, supostamente, alguém recolher os nossos restos e zelar para que eles sejam tratads e reciclados condignamente?
Para além disso, fui também verificar no dito site o que acontece com o equipamento usado que lá é depositado e, claro, não dizem nada a respeito. Como sempre. O mais certo é que alguém vá reciclar aquilo tudo que nós lá entregamos de graça, muitas vezes fazendo uma porrada de kilómetros para lá chegar, de carro obviamente, porque estas coisas não se transportam nos transportes públicos, gastando o belo do combustível que, como todos sabemos, está pelas horas da morte e, no fim de tudo, alguém vai pegar gratuitamente nos nossos moribundos equipamentos, reciclá-los e depois fazer dinheiro com isso. É óbio. E nós, continuamos a gastar uma enormidade todos em meses em taxas para pagar um trabalho que somos nós que fazemos, que nos damos ao trabalho de separar nas nossas casinhas, comprando caríssimos ecopontos caseiros, só com a feliz compensação que estamos a contribuir para um mundo mais puro e ecológico. Como sempre, há uma minoria que anda a viver à custa da maioria e até o planeta entra na berlinda.
Sou defensora acérrima da reciclagem e do aproveitamento dos recursos, devemos proteger o nosso planeta, mas não aceito que algumas pesosas se aproveitem disso para continuar a fazer dinheiro. Afinal, segundo aquilo que eu percebi sobre o processo, tudo o que é reciclado é transformado noutros produtos, muitas vezes em coisas que não lembra nem ao diabo de tão originais que são. Logo, esses produtos irão ser comercializados e quem o faz vai ganhar dinheiro com isso. Este é o processo normal de qualquer indústria: compra a matéria-prima, transforma-a em algo, vende e faz dinheiro. A minha única questão aqui é o primeiro ponto, será que as empresas que utilizam materiais reciclados compram a matéria-prima? Das duas uma: se não o fazem estão a usar matéria-prima gratuita, logo, o lucro será maior porque fomos nós quem lha oferecemos; se a pagam, alguém está a ganhar dinheiro à custa da matéria prima gratuita que fomos nós que oferecemos. Ou seja, um dos dois está a encher-se à custa do ingénuo contribuinte que recicla o papel, o plástico, o vidro, o que quer que seja que polui o planeta, paga a taxa do lixo e, depois disso, quando volta para casa com o coração purificado do sentido do dever cumprido, enquanto isso, está uma indústria ou o Estado a encher os bolsos, tudo à conta do nosso desperdício. Afinal, deveríamos ser nós a receber do Estado a taxa do lixo e não ao contrário! Que droga de vida!