quarta-feira, 14 de outubro de 2009

texto atribuído a António Feio

Parece anedota mas não é.
É contada na 1ª pessoa e com algum sentido de humor porque de um humorista se trata, mas poderia ter sido bem mais dramática se não fosse detectado o erro humano a tempo e horas. Senão vejamos. Ou antes... passemos à leitura do caso contado por António Feio que, como todos sabemos, anda a contas com um bichinho malvado que lhe quer causar estragos e que ele quer debelar com muita determinação e força.

"Na semana passada fiz a minha primeira sessão de quimioterapia.
O meu Oncologista receitou-me um medicamento para os enjoos (SOS) que eu muito cautelosamente fui comprar à farmácia. Eram 13h30 e estava eu à porta da Farmácia para aviar a receita. Para espanto meu, percebo que a Farmácia fecha à hora de almoço. Ok. A solução era voltar uma hora mais tarde e assim o fiz.
Quando voltei pouco antes das 14h30 (hora de reabrir) esperei que a porta abrisse. Esperei e continuei a esperar até às 14h45. E lá chegou uma senhora a falar ao telemóvel que devia estar a tratar de um assunto muito importante porque a porta primeiro que abrisse ainda demorou mais uns cinco minutos.
Finalmente consegui entregar a receita à senhora da Farmácia. Confesso que o ar da senhora era no mínimo assustador. A receita (ainda a tenho comigo, assim como o recibo do remédio) tinha escrito METOCLOPRAMIDE.
Paguei e vim-me embora.
Durante esse dia e os seguintes, os tais sintomas de enjoos e náuseas provocados pela quimioterapia deitaram-me completamente abaixo. Fui mesmo obrigado a cancelar os espectáculos que tinha a norte do País.
Na sexta-feira fui ter com o meu oncologista para lhe pedir qualquer coisa que me aliviasse o mal estar. Ele assim o fez e receitou-me um outro remédio que comecei a tomar logo e que rapidamente começou a fazer efeito. No Sábado, Domingo e Segunda, voltei a sentir-me bem.
Hoje fui novamente ao Hospital para fazer a segunda sessão de quimioterapia e, qual não é o meu espanto, quando falava do meu estado de má disposição da semana passada e mostrava os comprimidos que andava a tomar, quando percebi que o remédio que eu andava a tomar para os enjoos não era para os enjoos mas sim para a Diabetes. Em vez do tal METOCLOPRAMIDE, estava a tomar METFORMINA.
A senhora da Farmácia tinha-me, pura e simplesmente, dado um medicamento errado.
Não só passei vários dias a tomar um remédio que não me aliviava, como ainda por cima, me diminuía os níveis de açúcar no sangue!!!
Podia só ter tido um ataque de hipoglicemia.
Este texto é só um desabafo.
Agora saiam da frente que eu vou ali abaixo "TRATAR DA SAÚDE" à senhora da Farmácia. Ou não fosse hoje o DIA MUNDIAL DA SAÚDE (LOL)"
Parece uma "Conversa da Treta" mas foi de verdade! Dá para acreditar? Como é possível existir pessoas com tamanha incapacidade para o bom desempenho das suas funções profissionais? Em lugares como este não é suposto estar alguém de idoneidade comprovada para a função? Assim... não!!!! Sempre ouvi dizer que: - "com a saúde não se brinca"

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

os oportunismos politicos II

O passado fim de semana foi de emoções fortes: no sábado "casei" uma amiga de longa data e no domingo a minha paróquia natal despediu-se do seu querido amigo e pároco de há 12 anos. É especialmente deste último que preciso colocar na montra da minha drogaria:
Depois de uma noite muito mal ou pouco dormida e com uma terrível voz de bagaço que, passados 5 dias ainda não consegui recuperar, lá fomos, às 10h da manhã, receber o novo pároco. Mas, acima de tudo, despedirmo-nos do antigo. Foi difícil. Todos sabíamos que iria partir, mas no momento da verdade é que "a porca torce o rabo". A despedida foi dura e quase todos os frequentadores mais assíduos daquela Casa não puderam deixar de lavar os olhos. Obviamente que o mesmo aconteceu comigo.
Um pouco combalida de tantas emoções, quando me preparava para sair da igreja, começo a ouvir um som estridente de música, o que me despertou a curiosidadepor tamanho arraial. Quando me aproximo da porta percebo finalmente o que se passa: Campanha Eleitoral. Como já é habitual, toda a escadaria da igreja estava minada de bandeirolas e t-shirts cor de laranja. E eis que surje à esquina do largo um autocarro de dois andares turístico, daqueles descapotáveis no primeiro andar, todo laranjinha e, de repente, tal qual abelhinhas a circundar a abelha mãe, retiram-se todos a correr para dentro do autocarro, largando finalmente os trausentes que, em paz, tentavam sair do seu ritual domingueiro de ir à Missa. A minha indignação é sempre a mesma de 4 em 4 anos: o descaramento destes tipos da política, seja qual for a sua cor; aqui era laranja, mas existem outras cores no catálogo. Já não nos chega a poluição eleitoral em tudo o que é outdoor, parede, porta; bandeirolas, autocolantes, sacos de plástico, canetas, enfim, sabe-se lá mais o quê. O que acho desrespeitoso é que não se seleccionem os lugares que se escolhem para a propaganda eleitoral, e não me parece que cercar as pessoas à porta das igrejas, onde foram livremente para o seu retiro espiritual, seja uma boa opção.
Até porque não percebo porque é que o PSD das Caldas se dá tanto ao trabalho de fazer campanha eleitoral desta maneira e gastar o dinheiro dos contrihbuintes; toda a gente sabe que não importa quem seja o cabeça de lista do PSD nesta cidade, o PSD ganha sempre. Se assim não fosse, já o povo teria exigido há muito que o candidato a presidente da Câmara deste partido mudasse de rosto.
Ora vejamos se não tenho razão: soube há uns dias que o dito senhor esteve na inauguração da nova escola da minha aldeia natal. Qual foi o espanto de quem me contou este episódio (comprovado por várias pessoas que assistiram) que o sr. presidente da câmara questionou os habitantes do lugarejo em causa pela falta de crianças, pois, pelos vistos, estão duas salas vazias por falta de ocupantes. Então o dito senhor resolveu exortar os casais do lugar a procriarem, pois não compreendia tal situação. Infelizmente ninguém se lembrou de o questionar sobre quais os incentivos que a autarquia oferecia aos ditos casais, o que foi uma perda de oportunidade.
Mas o mais grave desta história é que, de seguida, o sr presidente comentou que se fosse preciso que ele não se importava de lá ir ajudar a fazer as crianças. Já está um bocado velhote mas que ainda se arranjava alguma coisa. Seguido de um sorriso malicioso. Posto este comentário em que o senhor presidente da Câmara insinua ordinariamente que as mulheres daquele lugar são pouco sérias e que os homens são incapazes na sua capacidade de procriação, o povo ainda aplaude tamanha labreguice. É de bradar aos céus!