quinta-feira, 8 de outubro de 2009

os oportunismos politicos II

O passado fim de semana foi de emoções fortes: no sábado "casei" uma amiga de longa data e no domingo a minha paróquia natal despediu-se do seu querido amigo e pároco de há 12 anos. É especialmente deste último que preciso colocar na montra da minha drogaria:
Depois de uma noite muito mal ou pouco dormida e com uma terrível voz de bagaço que, passados 5 dias ainda não consegui recuperar, lá fomos, às 10h da manhã, receber o novo pároco. Mas, acima de tudo, despedirmo-nos do antigo. Foi difícil. Todos sabíamos que iria partir, mas no momento da verdade é que "a porca torce o rabo". A despedida foi dura e quase todos os frequentadores mais assíduos daquela Casa não puderam deixar de lavar os olhos. Obviamente que o mesmo aconteceu comigo.
Um pouco combalida de tantas emoções, quando me preparava para sair da igreja, começo a ouvir um som estridente de música, o que me despertou a curiosidadepor tamanho arraial. Quando me aproximo da porta percebo finalmente o que se passa: Campanha Eleitoral. Como já é habitual, toda a escadaria da igreja estava minada de bandeirolas e t-shirts cor de laranja. E eis que surje à esquina do largo um autocarro de dois andares turístico, daqueles descapotáveis no primeiro andar, todo laranjinha e, de repente, tal qual abelhinhas a circundar a abelha mãe, retiram-se todos a correr para dentro do autocarro, largando finalmente os trausentes que, em paz, tentavam sair do seu ritual domingueiro de ir à Missa. A minha indignação é sempre a mesma de 4 em 4 anos: o descaramento destes tipos da política, seja qual for a sua cor; aqui era laranja, mas existem outras cores no catálogo. Já não nos chega a poluição eleitoral em tudo o que é outdoor, parede, porta; bandeirolas, autocolantes, sacos de plástico, canetas, enfim, sabe-se lá mais o quê. O que acho desrespeitoso é que não se seleccionem os lugares que se escolhem para a propaganda eleitoral, e não me parece que cercar as pessoas à porta das igrejas, onde foram livremente para o seu retiro espiritual, seja uma boa opção.
Até porque não percebo porque é que o PSD das Caldas se dá tanto ao trabalho de fazer campanha eleitoral desta maneira e gastar o dinheiro dos contrihbuintes; toda a gente sabe que não importa quem seja o cabeça de lista do PSD nesta cidade, o PSD ganha sempre. Se assim não fosse, já o povo teria exigido há muito que o candidato a presidente da Câmara deste partido mudasse de rosto.
Ora vejamos se não tenho razão: soube há uns dias que o dito senhor esteve na inauguração da nova escola da minha aldeia natal. Qual foi o espanto de quem me contou este episódio (comprovado por várias pessoas que assistiram) que o sr. presidente da câmara questionou os habitantes do lugarejo em causa pela falta de crianças, pois, pelos vistos, estão duas salas vazias por falta de ocupantes. Então o dito senhor resolveu exortar os casais do lugar a procriarem, pois não compreendia tal situação. Infelizmente ninguém se lembrou de o questionar sobre quais os incentivos que a autarquia oferecia aos ditos casais, o que foi uma perda de oportunidade.
Mas o mais grave desta história é que, de seguida, o sr presidente comentou que se fosse preciso que ele não se importava de lá ir ajudar a fazer as crianças. Já está um bocado velhote mas que ainda se arranjava alguma coisa. Seguido de um sorriso malicioso. Posto este comentário em que o senhor presidente da Câmara insinua ordinariamente que as mulheres daquele lugar são pouco sérias e que os homens são incapazes na sua capacidade de procriação, o povo ainda aplaude tamanha labreguice. É de bradar aos céus!

1 comentário:

trapos e companhia disse...
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